segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Agora vem cá, Senta e escuta!

Por um momento desejei mais estar em um bar daqueles podres, bem podres, tipo aqueles de esquina abertos até as 4 da manhã com uma tv velha exibindo um filme da globo com moscas em cima de mesas grudentas, enfim... PODRE, mais do que qualquer outra coisa no planeta.
Sinto muito mais sinceridade brota na sujeira explícita.
Vai entender...
Nunca tive vocação para bom menino politicamente incorreto.
Mas tbm nunca consegui ter uma vida calma e sempre fiz merda.
E, na real, demorou até pra entender que eu até gosto de fazer merda.
Porque, se você pensar direito, se todo mundo fizesse tudo certinho, nunca nada ia ter mudado na vida de ninguém.
Admirável Mundo Novo.
E, de boa, eu já me decepcionei o suficiente com as pessoas pra me importar com o que elas pensam ou não sobre o que sobra de minha vida.
Já fui utópico e idealista o suficiente pra abastecer quarenta anos adiante.
Agora me reservo o direito à descrença.
É estranho pensar assim.
Muita coisa perdeu o sentido pra mim.
E essa perda não foi nada suave.
Enfim...
A gente cresce com a idéia de que tem que acreditar em alguma coisa mas não imagina que a maior certeza de nossas vidas é que essa coisa, qualquer que seja ela, pode ser arrancada da nossas mãos sem nenhuma piedade como se fosse apenas, impossivel.
E é assim que a gente se torna adulto.
Perdendo os sonhos.
Ganhando um trabalho que te pague pouco e que te explore muito, que te dê um cabresto e um copo d'agua antes de dormir.
E só o que resta pra gente, nesse sentido, é o intervalo.
Fora isso, seguir em frente
(...)

Ou melhor... finge que nem leu tudo isso e vai dormir pq o seu despertador ja vai tocar para mais um dia...
de...

(...)

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Busca

Sentado mastigo as estrelas mais uma vez.
De maneira que toco com o céu da boca os cantos mais escuros do universo
Resta agora um brilho opaco e decadente no canto da sala...e resta.
Como um dia restou a esperança, o amor, o ódio, a vingança...o pensar
Pensar que me leva a crer que não devo mais
Seguir a vida do jeito que ela sempre me guiou
A pureza e a bondade castigam aquele que restringe seus pensamentos e sentimentos à elas.
És puro, mas precisa da malícia para viver
És bom, mas precisa ser mal para saber enfrentar.
Tens a graça do sentimento a flor da pele, mas nao sabe ser frio.
Sabe apenas viver com paixão cada uma destas pegadas que deixa no chão.
E sabe que cada gota derramada é culpa sua, por não saber...
Mas ainda a gota é sua. É quente, mas te gela a alma.
Mas não o suficiente. Não a ponto de te arrancar a estrela. Aquele brilho opaco,
Que é tua razão de viver com paixão.
E tens novamente orgulho de ser como és.
Errando mais uma vez
Derramando a mesma lágrima mais uma vez.
Sendo quem tu és, mais uma vez.
Para no fim, não saber...

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Again

Definitivamente eu eu tô quase pra escrever um livro.
Muito provavelmente sobre desilusões amorosas.
Não ria, é verdade,
Mas...Contudo...Porém...Ainda que...
Não teria graça se tudo fosse tão fácil. Obviamente devemos derramar algumas gotas de suor para ter alguém que desejamos TANTO.
Mas ô meu São Jorge! Minhas glândulas sudoríparas já tão arrombadas!!!!!

E tem mais. Quem foi que disse que ela tem o direito de fazer isso com o meu coração judiado?! É isso mesmo! Quem foi que entregou ele assim de bandeja na mão dela sem nem me consultar?!
-Opa. Desculpa, fui eu.
-EU? Eu quem?! Quem é você?
- Você!!!
Claro que não! Não fui eu que entreguei meu próprio coração pra ninguém poxa. Ela me roubou! Eu sei disso! Foi ela!!! Ladra maldita!!!

Tá tudo bem. Eu sei que eu não pedi o ressarcimento. Nem entrei com um pedido de indenização...
Tá bom eu sei! Eu não pedi ele de volta! Ela pode ficar! Faz o que quiser com esse coração vadio que me roubou!
Eu já ia dar ele pra vc mesmo...



Mas sabe o que é pior?!
O dela não é meu...

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Sobriedade boêmia

Ora! quem nunca quis esta vida?
Se aprimorar na arte do ser vadio...
É válido se é aquilo que te faz viver?
Se fazem o teu sangue correr mais rápido
as cinzas do cigarro que te empoeiram,
o álcool que te conserva até o último instante da juventude,
e o assoalho de madeira que escreve a marca do teu sapato?

Ah ! Essa vida...
Louca ao ponto de arrebentar as correntes que prendem o mundo sóbrio
Prendem a caixa pensante atrelada à rotina do vai, do vem...
Torna pífia tua existência
Sem ser nada mais que isso o teu querer
Nem nada menos.

És então feliz e chega a deixar de lado a razão de ter vindo
Porque és triste
E inconscientemente, feliz.